De acordo com alguns autores como Marlach e Leiter, a dor emocional no ambiente de trabalho é uma toxicidade que fere a motivação e as perspectivas de um colaborador, minando sua vontade de trabalhar e viver.
O antropologista Peter Frost, numa linha similar aos autores supracitados, certa vez disse:
“A maneira como a dor é manipulada na organização é que determina se seus efeitos, a longo prazo, são positivos ou negativos. O que transforma dor emocional em toxicidade, especialmente em ambientes organizados, é a resposta dada à dor de maneira nociva e não curativa.(...) A toxicidade, resultado de atitudes e ações emocionalmente insensíveis de gerentes e de práticas de suas companhias, não desarruma alguns cabelos. Ao contrário, ela age como uma substância nociva, sugando a vitalidade dos indivíduos e de toda a sua organização, causando, potencialmente, tudo de ruim, desde a perda de prazos-limite até o êxodo em massa, de seu pessoal chave.” (FROST, Peter. Emoções tóxicas no trabalho. São Paulo: Futura, 2003)
Resumidamente, podemos elucidar os sete "In's" abaixo como toxicidades no ambiente de trabalho que devem servir como pontos de atenção para o líder eficaz:
Intenção (
Malícia)
Características:
- Intenção de humilhar o outro;
- Minar a confiança para não haver desafios ao seu poder;
- Necessidade de dominar.
Resultado:
Com a pressão, os liderados acabam se demitindo.
Incompetência (
Gerentes com poucas competências)
Características:
- Indecisão;
- Insegurança;
- Centralizador;
- Visão estreita.
Resultado:
Deixam os liderados desnorteados. Sempre pedem proatividade mas repreendem autonomia, deixando os empregados compententes insatisfeitos.
Infidelidade (
Traição)
Características:
- Prometer e não cumprir;
- Trair a confiança dos colegas.
Resultado:
Destroi a confiança dos liderados, produz dor emocional, amargura de longa duração e medo.
Insensibilidade (
Emocionalmente não-inteligentes)
Características:
- Não saber relacionar trabalho das necessidades emocionais;
- "Emoções devem ser deixadas de lado de fora do escritório".
Resultado:
Os liderados perdem a lealdade e disposição.
Intromissão (
Paternalismo exarcebado)
Características:
- O carisma e energia do líder cegam os liderados, conseguindo somente exergar quando as coisas falham ou o líder sai de sua função;
- Dizer "sim" querendo dizer "não".
Resultado:
Gera desconfiança, raiva e falta de assertividade nos liderados.
Institucionalização (
Expectativas irreais)
Características:
- Metas impossíveis de serem atingidas e cronogramas demasiadamente exigentes;
- Crescente vigilância e cobrança.
Resultado:
Pouca vida social dos liderados, queda do desempenho, efeito negativo no moral, confusão coletiva.
Inevitabilidade (
Fatalidades)
Características:
- Dor inevitável, não importando a política ou quão emocionalmente se sabe lidar com a situação.
- Morte, ataque terrorista, desastres naturais, etc.
Resultado:
Estresse, desânimo e indisposição para trabalhar.